Ao som de “Velhus Decréptus” – Ratos de Porão.
Vocês sabiam que a Ditadura Militar no Brasil na verdade foi uma “Ditabranda”? Pelo menos foi isso o que a Folha de São Paulo afirmou em um Editorial seu, do dia 17 de Fevereiro deste ano, quando disse que, se comparada com outras ditaduras da América Latina, a nossa não era tão ruim assim.
Nem todos sabem que a Folha foi o jornal do Brasil que mais apoiou e disseminou as idéias vindas da DITADURA MILITAR, podendo vender seus "lindos jornaizinhos" em paz, sem ter em seu calcanhar os coronéis enfurecidos e sedentos de sangue do exército.
Eu pretendia escrever um texto enorme sobre o assunto, visto que na época não tive a oportunidade e o blog ainda não estava no ar, mais achei duas respostas de leitores do próprio Jornal que, inclusive, foram publicadas pelo mesmo, e vi que só isso era o bastante.
Segue os indignados:
"Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda"? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar "importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala - que horror!" MARIA VICTORIA DE MESQUITA BENEVIDES, professora da Faculdade de Educação da USP (São Paulo, SP).
Vocês sabiam que a Ditadura Militar no Brasil na verdade foi uma “Ditabranda”? Pelo menos foi isso o que a Folha de São Paulo afirmou em um Editorial seu, do dia 17 de Fevereiro deste ano, quando disse que, se comparada com outras ditaduras da América Latina, a nossa não era tão ruim assim.
Nem todos sabem que a Folha foi o jornal do Brasil que mais apoiou e disseminou as idéias vindas da DITADURA MILITAR, podendo vender seus "lindos jornaizinhos" em paz, sem ter em seu calcanhar os coronéis enfurecidos e sedentos de sangue do exército.
Eu pretendia escrever um texto enorme sobre o assunto, visto que na época não tive a oportunidade e o blog ainda não estava no ar, mais achei duas respostas de leitores do próprio Jornal que, inclusive, foram publicadas pelo mesmo, e vi que só isso era o bastante.
Segue os indignados:
"Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda"? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar "importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala - que horror!" MARIA VICTORIA DE MESQUITA BENEVIDES, professora da Faculdade de Educação da USP (São Paulo, SP).
"O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de razão. O autor do vergonhoso editorial de 17 de fevereiro, bem como o diretor que o aprovou, deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana." FÁBIO KONDER COMPARATO, professor universitário aposentado e advogado (São Paulo, SP).
Adorei estas respostas!
O que eu acho mesmo é que A Folha de São Paulo está querendo minimizar os horríveis acontecimentos, do qual ela mesma tomou parte, deste período que eu, graças a Jah, não vivenciei, mas que meus pais e avós sim. Querem tirar a culpa do cartório e saírem como mocinhos.
Nós, como brasileiros, não podemos jamais deixar que fatos vergonhosos como estes sejam apagados de nossa memória/história. É preciso lembrar do passado para que os mesmos erros não se repitam no futuro.
11 comentários:
De minha parte, vivi os anos de terror - já no Rio - e sei (amigos foram presos, torturados e, em alguns casos, assassinados) o que significou para todos nós a ditaDURA. Se não estou enganado, pelo menos um caicoense foi executado naquela ocasião, não sei se no Recife ou em outro lugar. Parabéns pela postagem; nunca é demais lembrar que, ao contrário do que veiculou a FESP (Folha "Escrota" de São Paulo), houve, sim, uma ditaDURA entre nós.
Um abraço.
Na época passou isso na TV Record. Entre os entrevistados estavam pessoas que foram torturadas e ficaram também muito indignados.
Michael
cara, só quem lembra da ditadura militar são estudantes universitários em época de campanha pra DA. ou qdo querem ir pra algum congresso às cistas dos outros estudantes abestalhados. ou pior, qdo querem vender carteiras de estudante...
ou Dilma Russef qdo é acusada de falar alguma mentira...
andreia
*custas
heuahueuaehuahuehuauehuaehuae... sim!
Geralmente quem não vivenciou a ditadura militar pensa como você, Andréia. Você não foi privada de sua liberdade, tanto individual ou de expressão, por isso fala essas coisas.
Todos os brasileiros da época passaram por isso, inclusive moradores do seu seridó.
Acho isso o que você falou uma completa falta de respeito.
Paulo Henrique - Currais Novos
Minha cara Andréia,
eu VIVI a ditaDURA, e sei perfeitamente como foi: filmes, músicas, peças, jornais e livros eram censurados; amigos eram presos e torturados (alguns deles, assassinados, como aliás já me referi em comentário anterior); em simples mesas de bares, não podíamos falar certas coisas ou falávamos baixinho, pois o vizinho da mesa ao lado podia ser um dedo-duro; manifestações estudantis eram reprimidas com violência. E tudo isso aconteceu ONTEM, em termos de história. Não, não são só os estudantes que se lembram daquele período de terror. Pessoas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Tom Zé e Naná Vasconcelos - para citar apenas alguns nomes da área musical (o pessoal do rock estava começando a aparecer) - lembram-se muito bem.
Um abraço.
Acho que vocês não captaram o tom irônico do comentário dela.
Ma tudo bem, aceitar a ironia em temas tão delicados assim não é para tantos.
sobre o comentário no caicosubterraneo:
Moacy, sou sua fã, já li seu livro sobre os filmes da sua vida e me sinto triste em transmitir essa primeira má impressão. Sou igualmente fã de Tom Zé, Naná e todos os outros e valorizo muito o que eles produziram e produzem, inclusive sou bem mais da galera da MPB do que do rock.
Realmente eu não vivenciei a ditadura, o que sei sobre o assunto é que o que ouvi na escola e no meio universitário, mas dá para imaginar como foi difícil não poder se expressar e toda aquela repressão que existiu, não queria estar em suas peles.
Só quis dizer que o assunto "ditadura" se tornou um pouco enfadonho por causa de pessoas
que se utilizam dessa fase triste da história brasileira, explorando questões as quais desconhecem, para fins lucrativos.
Desculpe-me não ter expressado bem isso no meu texto e ter generalizado. Foi apenas um deslize e creio que meu tom crítico foi muito bem interpretado por você, mas realmeente eu fui infeliz nisso e, por isso, eu merecia mesmo era ser esculhambada, só por não lembrar que nem todo mundo é obrigado a entender o meu comentário da mesma forma que eu. Da próxima vez construirei melhor o comentário.
um abraço.
:)
Andréia.
continuando:
desculpe-me a falta de clareza e de respeito Paulo Henrique. Não era essa a minha intenção.
obrigada! =)
Andréia
Tudo bem, Andréia,
mas realmente o seu tom não parecia irônico, nem dirigido a um determinado grupo de pessoas. De qualquer maneira, você tem razão ao criticar, em seu comentário, aqueles que exploram a palavra "ditadura" em nome de interesses pouco elogiáveis.
Um abraço.
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