Ontem, a convite do meu amigo Vall (vocalista do Comando Etílico), fui à Parnamirim assistir a alguns shows, que, até chegar ao local, não sabia quais eram.
Por volta das 22h30 chegamos ao Espaço Cultural Nestor Lima, que pelo que notei, não deve ter mais que alguns meses de 'vida' (procurei mais info na net mas não encontrei). Ambiente muito bacana, atendimento nota dez, cervejinha gelada e no preço. A entrada é franca, mas rola um cover artístico (preço bem simbólico, meros três reais).
Com um público tímido (cerca de quarenta pessoas, acredito), ao som de um show do Oasis no PA, a primeira banda começa a se ajeitar no palco. Era o guitarrista Adriano Azambuja. Figura bem conhecida (e há muito tempo) dos palcos e bandas de rock natalenses. Já tinha ouvido falar do cara, mas não conhecia seu trabalho.
Aqui vale alguns parênteses: pouco antes da banda do Azambuja começar fiquei sabendo, ouvindo as conversas ao meu redor, que sua ex-esposa havia falecido na última sexta-feira e que o show contaria apenas com as músicas mais intimistas e 'lights' do cara, como uma forma de homenageá-la.
Com a banda no ponto, Adriano sobe ao palco meio cabisbaixo, óculos escuros e de poucas falas. Apresenta-se e o show começa. Me falaram que o som do cara lembrava o trabalho solo de John Frusciante (guitarrista do Red Hot Chili Peppers), e, pelo menos o instrumental, realmente era por aí. O som estava impecável - fazia tempo que não assistia a um show com tanta qualidade. Consegui ouvir todos os instrumentos e distinguir cada um. Do show, gostei muito das guitarras psicodélicas e dos arranjos do teclado. O baterista, Eliseu (que conheci há poucos meses numa mesa de bar, também em Parnamirim), me surpreendeu. Quando conheci o cara, nunca imaginei que ele tocasse alguma coisa, de repente tá o danado lá, tocando pra caralho e, em várias músicas, completamente no improviso (em alguns momentos, toda a banda improvisava).
Destaque para a música "Partida", feita para a esposa pouco depois de seu falecimento. A letra é muito bonita e, segundo o próprio Galego (como muitos o chamam por aqui), foi escrita por ele e seu filho, que estava presente naquele fatídico dia.
Só fica minha ressalva quanto ao vocal do Azambuja: achei mediano e em algumas músicas fraco, talvez devido à sua perda tão recente.
Em seguida, sem muito atrasado, chega ao palco Sandro Garcia. Músico paulista que já passou por várias bandas, incluindo Violeta de Outono (onde foi baixista por alguns anos). Acompanhado por um baterista e um guitarrista locais, Sandro e o Enigma Central Park (?) não me animou nem um pouco. Músicas bem mais agitadas que as do seu antecessor, mas que não me agradaram, além de um vocal bem fraco.
Poucos minutos depois das 2 da manhã encerram-se os shows e voltamos pra casa com cerveja 'topando a bóia' e aquele velho e maldito mau cheiro de cigarro entre os dedos.
Fico devendo fotos do show porque, bêbado, esqueci de falar com o fotógrafo que as tirava. =D
1 comentários:
Adriano Azambuja é um dos músicos mais inteligentes e práticos com quem já tive o prazer de tocar.
Hervall Padilha (Comando Etílico)
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