Não sei se teria um dia mais inadequado para se fazer um show de rock em Natal do que ontem. Feriado prolongado no início do mês, todas as finais do futebol na tv, chuva forte e intensa durante o dia inteiro e ainda mais num domingo. As bandas? Um japa com cara de galã tocando violão somados a quatro grupos urrentos com nomes esquisitos. Mas Natal tem muita gente esquisita. Outsiders sabe? E lá estávamos nós, perto de 300 doidos para assistir um espetáculo de intensidade sonora que poucas vezes se viu reunido numa mesma noite por aqui.
Foto: Frattelli de volta aos palcos
O Festival Dosol não poderia ter aquecimento mais adequado. A tarde/noite começou mesmo só de noite muito por causa da chuva que atrapalhou um pouco o plano de viagem dos visitantes. O Frattellli só abriu a programação umas 17h40. Como sempre, fez um show rápido, varado e insano. Ficou evidente que a falta de palco do grupo atrapalhou uma melhor interação e um show mais coeso. Creio que eles estavam ali mais como fãs dos japoneses e do Mukeka do que como banda. Mesmo assim, foi divertido!
Foto: Handsome
Aí veio o primeiro japonês da programação: o Handsome, acompanhado pelos Heartbreakers, que na verdade eram Mozine e Brek (ambos do Mukeka). O galã de Tokyo mandou de cara uma versão doidassa de Roberto Carlos e imendou em mais três sons inclassificáveis da música brega japonesa. Saiu ovacionado com a galera pedindo bis, atendido prontamente pelo simpático artista.
Foto: Sunao, vocal do Vivisick, destaque absoluto da noitada
Aí começou o que seria uma das sequências mais destruidoras e intensas da história do Centro Cultural Dosol. Sobe ao palco o Vivisick que causou três tipos de reações diferentes na platéia. A turma mais iniciada ficou pasma com o que viu, tinha inclusive grinders e ex-grinders chorando e sem acreditar no que via. A turma da roda (afim de pogar a qualquer custo) continuou o seu papel de deixar o clima punk do show em alta. Um terceiro grupo, não tão inciado nos japoneses, no qual me incluo, ficou impressionado com a técnica e a intensidade com que o Vivisick se apresentou. Destaque absoluto pro vocal Sunao, que urrou do começo ao fim como se não houvesse amanhã. Foi lindo e emocionante. Foi como um gol de placa que paga o ingresso!
Foto: Fuck On The Beach
O Fuck On The Beach seguiu o ataque sonoro com um som um pouco diferente do Vivisick, numa linha totalmente grind, inclusive nos timbres do equipamentos, todos agudos e fritos no P.A. Foi outra surra de som durante meia hora sem parar. Para não dizer que o show foi varado do começo ao fim, teve uma pequena pausa para a participação do guitarrista Paulista do Mukeka no final. Outra surra.
Foto: Mukeka de Rato
Para finalizar sobe o Mukeka di Rato com um Mozine claramente emocionado por ter conseguido montar e terminar a tour com os japoneses em shows bacanudos. O dono da Laja e baixista do Mukeka também citou que o sonho da banda era trazer os japoneses pro Nordeste e que a última data não poderia ter sido feita em outro lugar que não fosse em Natal. Realmente o Mukeka é rei aqui e não tem para ninguém. Foi também a primeira vez que o vocalista Sandro veio para Natal e ele não deixou por menos com sua performance sarcástica e intensa e seu vocal sem igual. Bom pro público que pôde ouvir vários hits do "Gaiola" com seu vocalista original. Foi lindo, intenso, insano e totalmente compatível com o aquecimento que tínhamos planejado.
Mais uma noite histórica para se contar pros filhos no futuro. Quem tava lá sabe disso.
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FONTE:
http://www.dosol.com.br/2009/05/04/como-foi-festival-dosol-warmup-com-japoneses-mukeka-e-frattelli/
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