terça-feira, 7 de julho de 2009

Festival DoSol Warm Up - Edição Metal

por Icaro
No último domingo (dia 5) aconteceu aqui em Natal a terceira e penúltima edição do Festival DoSol Warm Up, que como o nome já entrega, é um aquecimento para o Festival DoSol 2009, que acontece no começo de novembro. Essa terceira edição foi dedicada ao Metal e contou com a participação das bandas Comando Etílico (RN), Headhunter D.C. (BA), os mexicanos do Strikemaster e os americanos do Omen. E eu fui lá conferir.

Mais um domingo frio e cinzento na capital potiguar; mais um dia chuvoso, sem trégua. Os shows estavam marcados para às 16 horas, mas, como essa era a hora que eu saía do trabalho, só cheguei no Centro Cultural DoSol às 17h20. O Comando Etílico já estava tocando, então corri pra ver o resto do show. A entrada custava R$ 25 - para alguns um preço bem salgado, para a maioria, um preço justo, tendo em vista as bandas gringas. Como o Metal não é muito a minha praia, não esperem ler aqui nada além do ponto de vista de um leigo.

Comando Etílico - RN (foto por Larissa Abreu)

E vamos aos shows.... O Comando Etílico é uma banda que despensa apresentações (até mesmo aqui no blog); infelizmente, peguei só o finalzinho do show, e acabei vendo duas músicas próprias - que vão estar no debut dos caras que deve sair próximo mês - e os dois covers que encerraram a apresentação: "Trilha do Metal" dos mineiros do Kamikaze e "Divina Tormenta" do Sodoma, uma das primeiras bandas de Metal do RN. Alguns camaradas mais exaltados subiram no palco e ficaram brincando de "Boneco de Olinda" - problema logo resolvido por Foca, dono da casa. Gosto muito do show do Comando e percebo uma energia inesgotável nos caras; é como se cada show fosse especial pra eles. O destaque fica por conta do carisma e dos solos do guitarrista Lucas Praxedes.

Ah, vale lembrar também que o som estava impecável. Como há muito eu não ouvia no DoSol.

Strikemaster - México (foto por Mykah)

Em seguida foi a vez do Strikemaster do México. Apesar do pouco tempo de estrada e da aparente pouca idade dos componentes, os três chicos arrebentaram os tímpanos dos presentes. Sem frescura e quase sem nenhum contato com o público (exceto por uns dois "muito obrigado, Natal"), a banda apresentou seu Thrash Metal old school poderoso, rápido e quase sem intervalos entre as músicas. O som dos caras me lembrou, em certos momentos, os alemães do Tankard - comentário que ouvi logo em seguida ao meu redor. O destaque aqui ficou por conta do baterista, que além de agitar pra carvalho e fazer firulas com as baquetas, tocava monstruosamente bem.

O que sobrou de carisma da banda da casa, faltou no vocalista/guitarrista mexicano; terminado o show, largou a guitarra na mão do rodie, pegou uma cerveja, desceu do palco e num deu nem pra conferir. Mas tudo bem, o show valeu o ingresso.

Headhunter D.C. - Bahia (foto por Anderson Foca)

Na sequência veio o Headhunter D.C. da Bahia. Esses já entraram com o jogo ganho. Muita gente ali foi na intenção de vê-los. Com mais de duas décadas de vida, os baianos continuaram a odisséia destruidora de ouvidos. Era tanta 'porrada', que não aguentei e fui dar um tempo lá fora. Comer alguma coisa, hidratar o fígado antes de maltrata-lo um pouco mais pelo resto da noite... Voltei já no finalzinho do show e vi um 'ensaio' de roda de pogo (que vinha sendo pedida desde o baixista do Strikemaster), mas que logo disperçou. O destaque, por mais genérico que pareça, foi a banda como um todo. Músicas de qualidade, muito bem executadas e um headbaggin' sincronizado durante todo o show (acho essa parte muito massa).

Omen - EUA (foto por Anderson Foca)

A partir desse ponto, me surpreendi. Supresas boas e ruins. Com três shows excelentes abrindo a noite e muita cachaça no juízo de todo mundo (incluindo o meu), achei que o público, por maior que fosse a expectativa para ver o Omen (sem trocadilhos, por favor), não aguentaria mais agitar e ia ficar parado, só curtindo o show. Ledo engano. A galera (que já era bem maior que no começo da noite) foi pra frente do palco, agitou pra caramba e cantou as músicas da banda americana como se não houvesse amanhã. Outra surpresa nessa hora foi a presença de palco do baixista; na primeira música ele teve um problema técnico (não dava pra ouvir o baixo) e abandonou o palco por um tempo mas voltou em seguida com o mesmo gás. O tiozão parecia que tava tocando no Maracanã, gostei muito. A pior surpresa foi o vocalista. O gigantesco George Call, pra mim, foi uma grande decepção. O cara tem uma voz esquisita, afinada, mas bem esquisita. A guitarra (ou os amplificadores) não esatavam nos seus melhores dias. No geral, achei a apresentação bem fraca, agravada pela voz de George Call.

Em meio a tudo isso, a cerveja no DoSol acabou e os americanos ainda não estavam nem na metade do show. Ponto negativo pro DoSol. É a quarta vez que presencio isso. Pra completar, o único vendedor ambulante que restava do lado de fora, também tinha vendido tudo.

Sobraram lá fora, então, os bêbados mais resistentes e o pessoal das bandas. Eu, David Praxedes (baixista do Comando Etílico) e a esposa dele, batemos um papo com o guitarrista e fundador do Omen, Kenny Powell, que se mostrou a simpatia em pessoa. Tomou umas boas doses de Rum com Coca e até pediu cachaça, mas não tinha mais. A esposa de David ofereceu um pedaço do bauru que tava comendo, o cara devorou o sanduba. Até falou mal dos argentinos, mas tudo na brincadeira, claro, pra 'agradar os brasileiros'. Falou o quanto amava os filhos e a esposa. Gente boa pra caramba e tão bêbado quanto a gente.

Os mexicanos também não deixaram por menos e bateram um papo com a galera, exceto, é claro, o vocalista/guitarrista que parecia não querer lero com ninguém. O baixista do Strikemaster pediu pra gente ensinar nossas 'nasty words', favor que atendemos de imediato. A que eles mais gostaram? "Boceta!"

Depois da ótima bebedeira, grandes shows e conversas de mesa de bar globalizadas, era hora de voltar pra casa.

6 comentários:

Alecrim disse...

Carai... Parece ter sido massa... Só em ter uma banda que faz som parecido com Tankard já valeu!!

foca disse...

cada vez que tem metal compromas cerveja mas nunca dá, o povo é uma esponja! ;)

Valeu icaru, legal aí a resenha!

MODERADOR IFRN disse...

achei bonita a variacao de kelly/flyin do guitarrista.

MODERADOR IFRN disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Márcio Death - Sertão Sangrento disse...

Cara, já falei com centas pessoas sobre essa festa e todas ficaram alucinadas com o evento, seja pela qualidade de sem, seja pela iluminação, e todos pelas bandas, enfim.
Ponto positivo pro grande Foca, que tá desde o começo do ano tá promovendo um grande evento fudido atrás do outro, todos pra marcarem época.
Lascou-se Foca, se isso tudo é só esquenta turbinas, vc vai ter que rebolar pra arregaçar do capeta no Festival desse ano.

foca disse...

vai vir um rock doido por ai...

layout por WART :]