Por Márcio DeathRapaz, eu descobri que a vida não era tão horrível quanto parecia lá pelos meus 11 anos de idade, quando escutei um rockzinho maroto pela primeira vez.
Daí já se passaram outros 19 anos, e eu agradeço eternamente por nunca ter me tornado um forrozeiro de bosta, ou um fidumaputa de baladinha e dance music, e essas porcairas que há por aí.
Ainda tive a sorte de ser do interior, onde rock era coisa do capeta e cabeludo era maconheiro e tatuagem nem pensar, só se fosse de cadeia.
Era bom demais andar no meio daquela gente ignorante cheio de pulseiras pontudas, todo de preto e com calças rasgadas, e o melhor de tudo, sempre curtindo o bom e velho rock'n'roll, porque ele é e sempre será o centro de tudo na minha vida.
Foram tantas confusões em casa por causa dos discos, do volume, das roupas e do cabelo que eu nem me lembro mais.
Só sei que não faria nada diferente, não seguiria outro estilo de vida, ainda que isso me custasse algumas coisas.
Mas só o que me custou foi muita diversão, muita birita, pouca mulher, e tudo que o rock costuma proporcionar.
Fico puto com esse povo de hoje, desculpe alguém se a carapuça servir, que prefere estar na merda da internet falando bosta do que ir a uma boa festinha de rock, ou do que sair pra tomar uma com os amigos e curtir um bom rock, e enchem o saco falando de bandas porcarias, de rock modinha, de rock viadinho, como se isso fosse rock de verdade.
Mas bem, se é assim que essas pessoas se divertem, eu devo aceitar, mesmo que sinta pena delas.
Mas rock é diversão, em todos os sentidos, só isso e nada mais, é pura curtição, zoação, enfrentamento de limites estabelecidos por imbecis que se acham donos do mundo e das mentes; é libertação.
Escrevo isso enquanto escuto "Arise", do tempo que o Sepultura prestava, e daqui há pouco vou botar Ramones pra tocar.
FELIZ DIA MUNDIAL DO ROCK PARA TODOS!
FELIZ NÓS!
INFELIZES OS OUTROS QUE NÃO SABEM O QUE É BOM DE VERDADE!
O melhor de tudo é ver que Caicó, esse cu-de-mundo-sujo-e-fedidinho, depois de quase 20 anos ainda mantém viva, e muita viva, a chama do rock.
Caicó teve sua primeira festa de rock muito antes de Natal e de outras cidades e capitais do Nordeste, pouco tempo após o Rock In Rio I, em 1985.
De lá pra cá já houve altos e baixos, poucas e boas, muitas e ótimas, e o negócio não teve mais fim.
Até hoje estamos aí, são bandas em atividades, festas rolando, gente se organizando pra ir a festas em outras cidades, cachaça todo dia e rock tocando alto, o tempo todo.
Muitos dos antigos se foram, se perderam no tempo e provaram que não eram de verdade, mas muitos ainda estão aí, com força total.
Meus cabelos já caíram aos montes, não uso mais as pulseiras com pregos e nem as calças rasgadas, ou melhor, não tanto quanto antes.
Mas ainda estamos aí, somos muitos, somos vários, de muitas raças, mas com um gosto certo no que é bom e divertido.
Não sou eclético, não sou compreensivo, odeio todo o resto, forró moderno, pagode, axé, sertanojo, e outras bostas e quero que todos morram horrivelmente. Não falo de Gonzaga nem de alguns MPBs porque eles serviram para muito do que temos hoje em várias vertentes de culturas diferentes.
Mas se forem malditos modismos, esses, até os pseudo-rockers, me dão nos nervos.
Mas é isso aí, se todo mundo fosse igual a vida não teria a menor graça. De quem iríamos rir o tempo todo?
Pela segunda vez,
FELIZ DIA MUNDIAL DO ROCK PARA TODOS!