Nesse meu primeiro post eu resolvi falar de um livro que eu tô lendo, "Almoço Nu", do romancista e ensaista norte-americano William S. Burroughs.
Almoço Nu é um livro visceral, cru, pra quem tem estômago. Nessa obra Burroughs descreve os tortuosos caminhos percorridos pelos viciados em drogas "junk" (termo genérico para ópio e/ou derivados, inclusive todos os sitéticos, do demerol ao palfium), como ele mesmo define. Viciado em "junk" durante 15 anos, se meteu no submundo do crime e conheceu figuras que de tão impressionantes se confundem com ficção, e relata tudo em seu livro. Também foi um grande crítico da sociedade americana e uma figura com uma vida bastante conturbada.
Nascido em berço de ouro e formado pela universidade de Harvard, Willian S. Burroughs foi ensaísta, romancista, cientista e poeta. Nasceu no dia 2 de fevereiro de 1914, concluiu Almoço Nu em 1959, em Londres, durante um dos muitos tratamentos para se livrar do vício. Burroughs sempre sofreu de uma espécie de "negação da respeitabilidade" e viveu o ápice desse processo em 1951 quando matou sua mulher por acidente, numa brincadeira de Guilherme Tell. Almoço nu foi a sua confissão final, depois de concluir a obra, abandonou completamente as drogas e se estabeleceu em Londres definitivamente.
Eu definiria a linguagem do livro como "gore", definitivamente, para quem tem estômago.
Uns trechos do livro:
"A gente sabe como é essa rotina de alfinete de segurança e conta gotas. Ela pegou um alfinete de segurança manchado de sangue seco e oxidado, abriu um grande buraco na perna que parecia se oferecer como uma boca obscena e inflamada, esparando exprimível comunhão com o conta gotas, que ela mergulha na ferida aberta. Mas sua espantosa e galvanizada necessidade quebrou o conta gotas fundo na carne torturada da coxa."
"E agora voltemos novamente ao campo de batalha. Um jovem penetra em seu confrade, enquanto outro jovem amputa a parte mais orgulhosa do estremecido desse caralho, sendo beneficiário que o membro visitante se proteja para encher o vácuo que a natureza abomina, e ejacula na Lagoa Negra onde piranhas, impacientes, abocanham a criança não nascida; aliás — em vista de certos fatos bem estabelecidos –, é pouco provável que nasça."
"A America não é uma terra jovem: já era velha e suja e má antes dos colonizadores, antes dos índios. O mal estava lá, esperando."
"Nova Orleans é um museu morto. Andamos pela Exchage Place cheirando paregórico e imediatamente encontramos o Homem. É um lugar pequeno, e os tiras sempre sabem quem está no negócio, de modo que o cara pensa: "O que importa?" e vende a qualquer um. Fizemos estoque de heroína e subimos de volta para o México."
Eu recomendo e espero que gostem.
Almoço Nu é um livro visceral, cru, pra quem tem estômago. Nessa obra Burroughs descreve os tortuosos caminhos percorridos pelos viciados em drogas "junk" (termo genérico para ópio e/ou derivados, inclusive todos os sitéticos, do demerol ao palfium), como ele mesmo define. Viciado em "junk" durante 15 anos, se meteu no submundo do crime e conheceu figuras que de tão impressionantes se confundem com ficção, e relata tudo em seu livro. Também foi um grande crítico da sociedade americana e uma figura com uma vida bastante conturbada.
Nascido em berço de ouro e formado pela universidade de Harvard, Willian S. Burroughs foi ensaísta, romancista, cientista e poeta. Nasceu no dia 2 de fevereiro de 1914, concluiu Almoço Nu em 1959, em Londres, durante um dos muitos tratamentos para se livrar do vício. Burroughs sempre sofreu de uma espécie de "negação da respeitabilidade" e viveu o ápice desse processo em 1951 quando matou sua mulher por acidente, numa brincadeira de Guilherme Tell. Almoço nu foi a sua confissão final, depois de concluir a obra, abandonou completamente as drogas e se estabeleceu em Londres definitivamente.
Eu definiria a linguagem do livro como "gore", definitivamente, para quem tem estômago.
Uns trechos do livro:
"A gente sabe como é essa rotina de alfinete de segurança e conta gotas. Ela pegou um alfinete de segurança manchado de sangue seco e oxidado, abriu um grande buraco na perna que parecia se oferecer como uma boca obscena e inflamada, esparando exprimível comunhão com o conta gotas, que ela mergulha na ferida aberta. Mas sua espantosa e galvanizada necessidade quebrou o conta gotas fundo na carne torturada da coxa."
"E agora voltemos novamente ao campo de batalha. Um jovem penetra em seu confrade, enquanto outro jovem amputa a parte mais orgulhosa do estremecido desse caralho, sendo beneficiário que o membro visitante se proteja para encher o vácuo que a natureza abomina, e ejacula na Lagoa Negra onde piranhas, impacientes, abocanham a criança não nascida; aliás — em vista de certos fatos bem estabelecidos –, é pouco provável que nasça."
"A America não é uma terra jovem: já era velha e suja e má antes dos colonizadores, antes dos índios. O mal estava lá, esperando."
"Nova Orleans é um museu morto. Andamos pela Exchage Place cheirando paregórico e imediatamente encontramos o Homem. É um lugar pequeno, e os tiras sempre sabem quem está no negócio, de modo que o cara pensa: "O que importa?" e vende a qualquer um. Fizemos estoque de heroína e subimos de volta para o México."
Eu recomendo e espero que gostem.
2 comentários:
Nunca li o livro, mas tenho o filme do David Lynch, mas me disseram que ele num tem muito a ver com o texto original, mas depois de assistir fiquei pensando, "se essa porra de filme eh viajante desse jeito, como será o livro?", hehehe
... o filme é do cronenberg, zé.
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