quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Chamada Carnavalesca do Rock em Natal

por Icaro

Blog voltando das "férias." Isso aqui andava parado e jogado às moscas, mas, como todos sabemos, o ano no Brasil só começa depois do Carnaval. Por aqui não foi diferente. A partir de então, vamos voltar com tudo e esperamos que vocês gostem do conteúdo.

Pra iniciar o ano, uma resenha do que rolou no carnaval roqueiro da nossa capital. Confira abaixo.


Terça de carnaval rolou aqui em Natal a Chamada Carnavalesca do Rock. Essa foi a quarta edição do evento, que faz parte da programação oficial do Carnaval em Natal e rola sempre no último dia da folia de momo no polo da Rua Ulisses Caldas, com palco montado ao lado da prefeitura.

Nessa edição tocaram Projeto Trinca, SeuZé, Camarones Orquestra Guitarrística, Comando Etílico, Calistoga e Gandhi. Fui lá conferir e sigo falando das minhas impressões sobre o rolé e as bandas.

Cheguei cedo por lá, umas 17h15. O rolé estava marcado para começar às 17h, mas quando cheguei, ainda estavam passando o som. Alguns atrasos de praxe (muito por culpa da STTU que só fechou a rua às 17h) e o Projeto Trinca começa a passar o som.

Projeto Trinca - Foto por DoSol

Banda (projeto?) muito nova, formação esquisita para a maioria (com um tecladista sentado e a frente da banda), alguns samples, repertório estranho, influência, como se diz na minha terra, cagada e cuspida de Los Hermanos e Radiohead. Apesar da empolgação do vocalista "Seu Madruga" e do baixista, a banda parecia estar num ensaio ou tocando no quintal da casa de um amigo. Pareciam não se importar se o povão estava gostando ou não.

As primeiras músicas colocaram o público (que estava começando a chegar) pra dormir. Do meio pro fim deu uma esquentada, um cover interessante (com uma pegada meio Ska, arrisco dizer) de Adriana Calcanhotto e pro final um inusitado medley de "A Maçã" de Raul Seixas e "No Surprises" do Radiohead. Agradou em cheio os indies-ex-emos de Wayfer colorido. Interessante, mas não para aquela noite, não para aquele palco.

Ah, vale salientar o inusitado interlúdio do Rei Momo e da Rainha do Carnaval durante alguns minutos. Os camaradas do Trinca, empolgados, até arriscaram um frevo e um samba pra ver os dois pagarem mico dançarem. Passada a vergonha alheia visita, o show continuou.

Na sequência sobe ao palco o Seu Zé. Confesso que sempre ouvi muito falar dessa banda mas nunca saquei o som. Ouvi tanto falar que enchi o saco e exatamente por isso nunca fui atrás. Cheguei a ir em shows que eles tocaram, mas nunca prestei atenção. Terça foi diferente.

Seu Zé - Foto por DoSol

A primeira impressão foi a pior. As músicas eram chatas, desinteressantes, a morgação deixada pelo Trinca, continuava por ali. Fiquei me perguntando o por quê de acharem aquilo tão legal. Lá pro fim do show, tocaram suas melhores (acredito eu), com uma guitarra mais pesada, mais Rock'n'Roll, mais com a cara do rolé. Digo isso porque foi justamente no peso que a banda se acertou. Fiquei sabendo que um dos guitarristas/vocalistas não pôde tocar por um problema de saúde, o que levou a banda a se apresentar como um trio. Talvez aí o problema. Mas a primeira impressão que tive não foi boa.

A terceira banda da noite foi a Camarones Orquestra Guitarrística. Ainda não tinha sacado nenhum show com a nova formação, era um dos shows que queria muito ver. Demora na passagem de som, um "Rockaway Beach" do Ramones pra aquecer e o show começa.

Camarones Orquestra Guitarrística - Foto por DoSol

A nova formação (com duas guitarras e um teclado) tocou várias músicas da antiga formação (com três guitarras e sem teclado), o que fez as comparações serem inevitáveis. As músicas antigas soavam melhores com as três guitarras, sem dúvida. Sem falar que o antigo trio Dante-Geladeira-Kalango (hoje somente no Calistoga) tinha um senhor entrosamento, coisa que parece, a princípio, o novo Camarones não ter. Também não entendi bem as inserções de teclado. Achei desnecessárias. Nas músicas novas o danado até funciona, mas somente nelas.

Ao final ainda rolou um pedaço de "Take Me Out" do Franz Ferdinand. Fazendo os indies-ex-emos de Wayfer colorido irem ao delírio mais uma vez. Bom show, mas ainda prefiro a antiga formação.

Comando Etílico - Foto por DoSol

Em seguida, mais um senhor atraso. Pouco mais de meia hora com o Comando Etílico no palco, tendo algum problema com o som (pelo que vi, era a bateria). Problema aparentemente resolvido, o show começa. Aparentemente porque nas duas primeiras músicas o som estava simplesmente horrível. O som da bateria que eu ouvia era dos retornos do palco. A guitarra parecia ligada em linha. Da terceira música em diante, melhorou um pouco, mas não ficou cem por cento.

Mesmo com tantos problemas, a banda conseguiu se sobresair e fez um bom show. O público, a essa altura formado em sua maioria por headbangers, pirou com o Heavy Metal do grupo. Rolou até as palminhas pra cima. Um dos melhores shows da noite, mas em se tratando da quantidade de apresentações que já vi dos caras, essa não foi o melhor.

A penúltima banda a subir no palco da Chamada foi a Calistoga. Muita gente começava a ir embora - alguns amigos, fui me despedir - dar um rolê falando com as galeras, comprar mais cerveja, cigarros e acabei perdendo boa parte do show dos caras. Mas o que vi foi o suficiente.

Calistoga - Foto por DoSol

Apesar de em certos momentos o som parecer meio embuluado e as músicas não soarem tão Hardcore como muitos queriam, particularmente vi o melhor show do Calistoga. E olhe que, assim como o Comando, já presenciei dezenas. Show energético. Muito bom. Só não me acostumo com Dante sem guitarra. =P

Pra fechar a festa, já passando das 22h (se não me falha a memória), sobe o pessoal do Gandhi. Não tenho certeza, mas os outros shows que vi deles, tinha um cara a mais no palco e era só vocalista. Nessa noite, o guitarrista Nemo assumiu os vocais (se estiver errado, aproveitem os comentários).

Público durante apresentação do Gandhi (não encontrei fotos da banda)

O que também me fez pensar isso foi a lembrança de um ótimo show do Gandhi, com uns covers bacanas do As I Lay Dying, tudo isso na voz de outro cara. O que ouvi ali foi um vocal mais pra Max Cavalera, mas sem tanta força - falar nele, rolou cover do Sepultura, mas não lembro qual. O público já bem disperso por causa do horário dos ônibus curtiu muito, cantou junto e tudo. Achei morno.

No fim das contas, a noite como um todo foi muito foda. Mostrando que Natal tem força pra transformar um "palco alternativo" num "evento alternativo" como o RecBeat de Recife ou o Palco do Rock em Salvador.

7 comentários:

foca disse...

só tem duas musicas novas do camarones o resto é do repertório com a outra formação. Valeu a resenha!

go rock!

Unknown disse...

auhiauh ... Cara vc esta correto sobre a formação ser antes com 5 pessoas, mas como ja haviamos explicado estamos mudando de formação e esse show foi com um montante meio improvisado ... Mas sobre o vocalista é a mesma pessoa ... aiiuahoiuahiauha ... a diferença é que nesse show Eu toque guitarra tbm, e inclusive essa era a formação inicial no inicio da banda ... vlw pela resenha ... rolé foi irado !

Unknown disse...

auhiauh ... Cara vc esta correto sobre a formação ser antes com 5 pessoas, mas como ja haviamos explicado estamos mudando de formação e esse show foi com um montante meio improvisado ... Mas sobre o vocalista é a mesma pessoa ... aiiuahoiuahiauha ... a diferença é que nesse show Eu toque guitarra tbm, e inclusive essa era a formação inicial no inicio da banda ... vlw pela resenha ... rolé foi irado !

Diego disse...

Massa ver a sinceridade das pessoas que fazem as resenhas, e tudo sem medo de represarias, como deve ser!

Parabéns, Icaro!

Lipe Tavares disse...

Cara, quem fez o Medley Raul/Radiohead foi o SeuZé, não o Projeto Trinca.

@satan_goss disse...

opa, tem razão.

a mistura álcool e desinteresse pelo show das duas bandas me fez confundir. =)

Márcio Death disse...

huahuahuahuhauhauhauhauhauhauha...
Ah, Icaro Sem vergoim...

layout por WART :]